segunda-feira, 28 de maio de 2012

BARES E MARES


Meus pés não tinham um rumo.
Minha alma não tinha um prumo.
Meu corpo não tinha dono,
Eu mesmo não o possuía.

Mas tinha um preço!

Navegava a deriva...
Era navio perdido, sem porto.
Afundava nos bares da vida.

Mulheres por mim passaram;
Seres que jamais tornei a ver.
Seios que acariciei.
Lábios que beijei.
Corpos que pude ter,
E nunca se encontraram.

Pisando na areia da praia,
 O mar lambe meus dedos,
Eu deveria retribuí-lo,
 Mas ele não pede.
Gemidos de prazer vibram
 Em meus ouvidos sem medos.
Agora é o silvar do vento
Que me impede.

Antonio Ramos
                                                      C A 28-03-12

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